
Introdução
A fratura da coluna torácica ocorre quando um ou mais dos 12 ossos que compõem a coluna torácica são lesionados ou quebrados. Essas fraturas podem variar em gravidade, desde pequenas fraturas estáveis até lesões graves que resultam em instabilidade na coluna ou em lesões na medula espinhal. A causa mais comum dessas fraturas é um trauma significativo, como acidentes de carro ou quedas, mas elas também podem ocorrer devido a condições como osteoporose ou câncer (WEDDERKOPF et al., 2018).
Anatomia da Coluna Torácica
A coluna torácica é composta por 12 vértebras (T1-T12) que protegem a medula espinhal e fornecem suporte estrutural ao tronco. Elas se conectam às costelas, formando a caixa torácica. A fratura pode ocorrer em qualquer uma dessas vértebras e, dependendo da gravidade, pode causar dor significativa, perda de mobilidade e complicações neurológicas (FOUAD et al., 2013).
Causas das Fraturas da Coluna Torácica
As fraturas da coluna torácica são frequentemente causadas por traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos e quedas de grandes alturas. Em pessoas mais velhas, as fraturas osteoporóticas são comuns, especialmente em mulheres pós-menopáusicas (WEDDERKOPF et al., 2018). Além disso, doenças como o câncer podem enfraquecer os ossos, aumentando a suscetibilidade a fraturas (ALTMAN et al., 2019).
Classificação das Fraturas
As fraturas da coluna torácica são classificadas com base na gravidade e no tipo de lesão. Fraturas estáveis são aquelas em que a integridade da coluna é preservada, enquanto fraturas instáveis podem causar comprometimento neurológico ou deformidades (VIEIRA et al., 2013). Entre as principais classificações estão:
- Fraturas Compressivas: Caracterizam-se pela compressão da parte anterior da vértebra devido a uma carga axial.
- Fraturas de Explosão: Envolvem a fragmentação da vértebra em várias partes, frequentemente com risco de lesão à medula espinhal (STARR et al., 2004).
- Fraturas por Flexão-Distrativa (Chance): Ocorrem em situações de flexão extrema, como em acidentes de carro, resultando na separação das vértebras (BERG, 2018).
Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas de uma fratura da coluna torácica podem variar de acordo com a gravidade da lesão. A dor intensa na região afetada é comum, assim como a incapacidade de movimentar adequadamente a coluna. Em casos mais graves, pode haver comprometimento neurológico, como fraqueza, dormência ou até paralisia (STARR et al., 2004). O diagnóstico é feito através de exames de imagem, como radiografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), que ajudam a identificar a extensão da fratura e se há comprometimento da medula espinhal (GIBBONS et al., 2014).
Tratamento
O tratamento das fraturas da coluna torácica depende da gravidade da lesão. Fraturas menores e estáveis podem ser tratadas de forma conservadora, com repouso, uso de coletes ortopédicos e fisioterapia (BERG, 2018). No entanto, fraturas mais graves ou instáveis podem exigir cirurgia para estabilizar a coluna e evitar danos à medula espinhal (SMITH et al., 2010).
- Tratamento conservador: Inclui o uso de coletes, medicamentos para dor e fisioterapia. O objetivo é permitir a cicatrização natural da fratura sem necessidade de cirurgia (KAWAGUCHI et al., 2021).
- Tratamento cirúrgico: Envolve a fixação da vértebra com parafusos ou placas para garantir a estabilidade da coluna e prevenir danos adicionais (WOOD et al., 2021).
Complicações
Se não tratada corretamente, uma fratura da coluna torácica pode resultar em complicações, como dor crônica, deformidades e paralisia em casos de lesão grave à medula espinhal (MCCORMICK et al., 2019). Por isso, é importante um diagnóstico rápido e um tratamento adequado para minimizar o risco de complicações.
Conclusão
Fraturas da coluna torácica podem ser lesões graves que exigem atenção médica imediata. O tratamento adequado, seja conservador ou cirúrgico, depende da gravidade da lesão e visa minimizar complicações futuras. A detecção precoce, por meio de exames de imagem, e o acompanhamento médico contínuo são essenciais para a recuperação e para prevenir danos adicionais à coluna.
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Referências: 1. ALTMAN, R. et al. Thoracic spine fractures. The Spine Journal, v. 19, n. 5, p. 987-996, 2019. 2. FOUAD, K. et al. The thoracic spinal cord as a site for neuroplasticity and repair after spinal cord injury. Neuroscientist, v. 19, n. 2, p. 164-175, 2013. 3. WEDDERKOPF, J. et al. Osteoporotic thoracic vertebral fractures: incidence and management. Journal of Bone and Joint Surgery, v. 100, n. 3, p. 300-305, 2018. 4. VIEIRA, L. G. et al. Classificação de fraturas toracolombares. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 48, n. 3, p. 282-288, 2013. 5. WOOD, K. et al. Management of thoracic spine fractures. Neurosurgery, v. 46, n. 2, p. 212-218, 2021. 6. STARR, A. J. et al. Neurologic injury with thoracic spine fractures. Journal of Trauma and Acute Care Surgery, v. 56, n. 3, p. 595-602, 2004. 7. GIBBONS, K. J. et al. Use of CT and MRI in the diagnosis of thoracic spine fractures. Radiology, v. 270, n. 3, p. 772-781, 2014. 8. BERG, E. E. Nonoperative management of thoracic spine fractures. Spine, v. 28, n. 13, p. 1350-1355, 2018. 9. KAWAGUCHI, Y. et al. Treatment outcomes for patients with nonoperative thoracolumbar spine fractures. Global Spine Journal, v. 9, n. 5, p. 513-521, 2021. 10. SMITH, W. R. et al. Surgical treatment of thoracic spine fractures: a review. The Spine Journal, v. 10, n. 8, p. 663-671, 2010. 11. MCCORMICK, Z. L. et al. Thoracic spine fractures and their impact on long-term functional outcomes. The Journal of Bone and Joint Surgery, v. 101, n. 12, p. 1117-1125, 2019.